#48 Livro da praia, livro da seca
I guess there are never enough books.–John Steinbeck
O verão sempre foi a altura em que, mesmo que não passe de intenção, pegamos num livro para levar para a praia. Mesmo quem não lê no resto do ano fica motivado pela perspectiva de passar algumas horas deitado ao ar livre, com condições pouco favoráveis ao ecrã e obrigado a encontrar alternativas. O livro da praia continua por cá. Às vezes vem com a surpresa de o termos lido demasiado rápido, e às vezes com a desilusão de nem ter saído da mala; areia nas páginas, ganha sempre.
Este ano a minha esperança de livro da praia está materializada na vontade de voltar a ler em papel. O kobo tem sido muito generoso comigo, mas ler em férias merece um esforço maior.
Na próxima semana estou de férias e levo comigo dois livros: o Marca Positiva, que o João Campos gentilmente me ofereceu e enviou por correio, e o A Morte Feliz, do Albert Camus.
Mas o livro da praia não me vai chegar para ler todos os que tenho na estante à espera.
A minha mãe sempre teve um livro em casa e um livro na carteira. O de casa era o que estava a ler, o da carteira era o livro das secas, que salvava a sala de espera do médico ou um filho que demorava a sair da natação. Era um livro com características específicas: tinha de ser de bolso, capa mole, e não muito longo; idealmente (mas não obrigatório) devia ser um livro de contos, para que não se perdesse o fio à meada se demorasse muito a voltar a ler. Hoje a seca per se já não existe porque temos uma máquina de entretenimento no bolso, o que parece óptimo para a nossa paciência, porque nos conseguimos entreter a qualquer altura, mas ao mesmo tempo é que nos destrói a capacidade de esperar. Portanto, adoptemos o livro das secas, além do livro da praia.
O que lês tu este ano?
Boas férias,
Sofia
Para seguir
Com um livro fresquinho, sobre atenção e como preservá-la, a sair para as bancas a 10 de setembro, a
escreve sobre criatividade, trabalho, e sermos felizes enquanto equilibramos tudo isto.Convidou-me para escrever o prefácio do livro, o que aceitei sem pestanejar, e vou estar em Lisboa para a apresentação, depois do lançamento. Espero que se juntem a nós! Mais informações em breve.
Da internet
Um template para acompanhar os livros
Criei-o para os subscritores da newsletter no início do ano e achei que fazia todo o sentido relembrá-lo com este tema dos livros de praia.
É o template no Notion igual ao que eu uso para acompanhar os livros que estou a ler, li e quero ler. É um ótimo sítio para guardar as sugestões de amigos e recomendações online que queremos guardar, e também um bom lugar para vermos progresso nos nossos hábitos de leitura e ganharmos alguma motivação com isso.
Ler em 2024 (link corrigido)
Se usas o Notion, basta duplicar o template (canto superior direito). Se não usas, terás primeiro de criar uma conta gratuita.
Ler/ver/ouvir
No one buys books, um artigo que viralizou há umas semanas, onde a Elle Griffin caracteriza a indústria livreira como perfeitamente condenada à extinção, a partir dos testemunhos recolhidos no caso do Departamento de Justiça (EUA) contra a Penguin (que pretendia comprar a Simon & Schuster mas perdeu o caso).
Yes, People Do Buy Books, a resposta ao artigo anterior, do Lincoln Michel, outro substacker, que refuta alguns dos argumentos apresentados em cima e mostra que sim, afinal, o livro está aí para ficar.
Os meus cursos estão de volta, mais partidos, em nome da flexibilidade! Reparei que a percentagem de pessoas que terminava a Oficina da Contabilidade era muito baixa. Acredito que o tamanho do curso criava resistência em continuar. Pequenas atualizações de preço, os cursos de contabilidade e gestão reorganizados, e o webinar Parentalidade para Freelancers passa a ter acesso ilimitado (em vez dos 365 dias). Dêem uma volta pelo site 💝 Estes links têm 20% de desconto com o código AMIGOSEMAGOSTO, só divulgado na newsletter. Obrigada por me leres!
Obrigada pelo Template!
Obrigada pela menção Sofia, e que bom vai ser ter-te no lançamento! Também tenho os livros das secas e sigo os critérios de escolha da tua mãe, mas em vez de contos opto pelos livros de crónicas, ensaios ou livros com capítulos pequenos. Tenho feito grandes descobertas assim!